23 de outubro de 2008
Maternidade e sensibilidade - Quinta-feira, Março 31, 2005
Eu fui uma criança grande. Aliás, bem grande. Sempre fui a última da fila, sempre me confundiram com alunos mais velhos, sempre se espantaram quando ouviam a minha idade, sempre diziam que eu devia praticar natação, basquete e coisas do gênero, diziam até que minha mãe devia me levar no médíco, que eu não era normal.
Quando entrei na adolescência mais problemas a vista: aos 10 anos eu já tinha 1,72. Era super infantil, mas as pessoas me viam como um adulto. Uma vez uma pessoa perguntou pra minha irmã se eu fazia a mesma faculdade com ela. - Não, a Marcela está na sexta série.
O tempo se passou, os meninos já são maiores que eu e não vejo mais problemas em não poder frequentar o parquinho, já que agora eu passei da idade mesmo. A questão é que os problemas vão, mas os traumas ficam. Destesto que me chamem de Marcelinha por que acho que estão me irozinando, e de Marcelão também não , ne? Muito masculino. Eu, desse tamanho, o que vão pensar? Não , não. Outra coisa: peguei aversão a esportes. Fiz de tudo, sempre sem sucesso, óbvio. Vôlei aos 8, quando todos tinham 14? Levava bolada o dia todo. Beijar uma pessoa mais baixa que eu em público? Jamais! -Ai, Marcela, que bobeira. Bobeira nada minha gente, eu sofri ué. É dificil de ententer? Deve ser, pelos menos pra minha mãe,que fez, sem minha permissão, as barras de todas as minhas calças. Repito: todas. Dá para acreditar?
Cheguei no fim de semana e quando me vesti senti aquele friozinho na canela. Olhei pra baixo, a barra não relava mais no chão. Eu quase aos prantos, meus irmãos rindos, e minha mãe super natural:-Ficou bem melhor, você parecia uma favelada daquele jeito.
Tive que conviver anos com o uniforme da escola curto, por que minha mãe só trocava no começo de cada ano letivo e com roupas que serviam na loja e não serviam mais quando eu usava pela primera vez, mas há anos eu dava o problema como resolvido.Agora estou super complexada, acho que ficaram curtas, que todas as pessoas estão olhando pra minha canela, que estão vendo a minha meia, que vou sentar e a calça vai subir até o meio da perna, um verdadeiro inferno que voltou a fazer parte do meu dia-dia. Cadê o maldito escritor daquele livro "Meu bebê, meu tesouro", que não incluiu o topico "Maternidade e Sensibilidade, aprenda a lidar com as necessidades do seu filho"?
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