10 de setembro de 2009

Sinistro. Ou não.




Eu não sei se acredito em coisas sobrenaturais, em coisas divinas ou algo que valha, mas que o mundo é cheio de coisas esquisitas, isso é.
Ontem, sem motivo aparente e sem explicação óbvia, eu me lembrei de um garoto que eu estudei no pré-primário. Eu tinha o que, cinco, seis anos? Pois é, faz tempo, mas me lembrei.
Ele se chamava Fernando, morava perto da casa da minha tia, tinha dois irmãos, era o filho do meio, tinha uma bicicrox, a mãe era costureira e o pai havia sumido.
Talvez ele tenha mudado de escola, ou de cidade, não sei, só sei que nunca mais o vi. Mas quem se importa? Ele nem era legal. Porque cargas eu estava pensando nele?

Mais tarde, precisamente 1h e 30 da manhã, eu estava descendo as escadas da casa do Marco, quando dei de cara com um homem passando. Sim, era ele, o Fernando.
Vai, pode ser algo banal, coincidência. Passei 22 anos sem ver essa pessoa ou nem se quer pensei em sua existência e justo no dia que eu me lembro, eu a vejo. Que tal?

Dali alguns minutos eu estava passando em frente a Praça dos Macacos e vi três cachorros grandes se aproximando. Os três se posicionaram na frente do carro e começaram a latir pra mim. Latiam muito mesmo, rosnavam mostrando todos os dentes, uma coisa meio filme de terror. Eu buzinava e eles não saiam da frente, continuavam latindo. As pessoas do boteco olhavam sem entender aquilo, e eu lá, encolhida, com medo que a qualquer momento um deles quebrasse o vidro, me atacasse rasgando a jugular e me fizesse sangrar até a morte. Por fim eu escapei.

Cheguei em casa sã e salva, mas não pude dormir pensando nos acontecidos. Algumas possibilidades abaixo:

a- O Fernando vai morrer e vai pro inferno. Os cães vieram buscar.
b- O Fernando morreu, foi pro inferno e veio junto com os cães me buscar.
c- O Fernando morreu, é um anjo, e junto com os cachorros tentaram me afastar de algo ruim, ou me buscar.
d- Eu não vou morrer, o Fernando é só o Fernando e os cães são só cães.

Eu acho que é a letra A.