23 de outubro de 2008

Cada uma... - Abril 09, 2004



Teve uma época da minha vida que eu sempre precisava ir ate o Aeroporto de Congonhas. Era divertido porque eu via algumas pessoas conhecidas, a torcida do Corinthians dando baixaria e coisas assim, mas teve uma vez que eu nunca esqueci, guardei como umas das coisas mais estranhas que eu já tinha presenciado na minha vida, uma historia para contar na mesa do bar, para dar risada, para pensar em como o ser humano pode ser ridículo.
Foi mais ou menos assim: eu estava ali na área do desembarque, onde ficam aqueles carinhas perguntando se o pessoal quer taxi. Alguns aceitam, outros recusam e seguem andando. Desembarca então nesse momento um ser estranhíssimo, com uma macacão estilo piloto de avião, inteiro preto, com ombreiras e um cabelo loiro com permanente. Eu costumava descreve-lo como uma mistura do Walter Mercado com o Cid Guerreiro.
O agenciador foi lá perguntar se ele queria taxi. Ele podia simplesmente recusar, mas não, quis fazer uma graça, então falou na maior altura:

- Não meu querido, eu não preciso de taxi. Eu tenho pessoas me esperando, entendeu? Pessoas me esperando. Sinto muito, mas não preciso do seu taxi.

Todo mundo por perto olhou, o cara do taxi ficou super sem graça, foi uma cena, mas tudo bem. Passadas algumas horas eu fui pegar o ônibus e adivinha quem estava lá? Sim , ele mesmo, a mistura do Walter Mercado com o Cid Guerreiro. Dei muita risada.
Bom, a historia poderia ficar por aqui e poderíamos discutir sobre a vaidade, mas não, aconteceu um novo fato esses dias que mudou tudo. Eu não estive perto de um bobo alegre, eu estive perto de uma estrela, ou melhor, o que restou dela.
Como assim? La estava eu, distraída da vida, passeando por um flog de coisas dos anos 80, quando eu vejo o cara. Sim, o cara do aeroporto. Fiquei pasma, eu nunca tinha escutado falar, mas pelos comentários ele era bem conhecido. Era ele, o Ovelha. Minhas mãe disse que ele vivia no Chacrinha. Você se lembra? Quem diria...

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