8 de outubro de 2012

Viagem a dois


Tinha um amigo que costumava viajar com suas namoradas assim que começava o romance. Dizia que era a melhor forma de saber se daria certo ou não.  Eu sempre quis testar essa teoria com meu atual namorado, mas nunca dava certo. Faltava dinheiro, faltava tempo, faltava sol. Por fim consegui.

Viajar com o namorado é de fato ótimo. Primeiro por motivos sexualmente óbvios, segundo por que é gostoso viver coisas juntos, só os dois, como se fosse um segredo, aquele sorvete delicioso que vocês descobriram, aquela praia bonita, aquele guia e suas piadas chatas, tudo vira história de nós dois, tudo vira amor. Ou não.

Ou não porque infelizmente meu amigo tinha razão, é uma ótima maneira de conhecer alguém, mas nem sempre se conhece o que se esperava.  Pode ser uma bela decepção.  Ok, decepção é uma palavra muito forte. Vamos chamar de leve tristeza.

Fiquei levemente triste por saber que ele não gosta muito da combinação areia-mar-piscina,  por exemplo. Poxa, eu gosto de ficar até o arroz secar. Como posso passar uma vida do lado de alguém que se contenta em ficar dez minutos na praia e já está bom? Alguém que prefere ver TV? Queria jogar a TV pela janela!

Mas o problema não é com ele, é comigo. Eu e minha eterna mania de fantasiar, romancear. Achava o que? Que uma pessoa que é extremamente cautelosa em tudo que faz se tornaria um aventureiro só porque está há algumas milhas longe de casa? Claro que não.  Seria até assustador.  

Talvez se eu só focasse em como ele superou o medo de avião para viajar comigo, em como ele quis me agradar diversas vezes, em como fui carinhoso e paciente, catando conchinhas, passeando pela orla, mas não, fico pensando na porcaria da piscina que ele não quis entrar. Nenhum dia.  

20 de janeiro de 2012

Resposta

Querido leitor número zero,

entrei aqui só para dizer que hoje no youtube eu descobri que a música Resposta ao Tempo é do Aldir Blanc. Do Aldir, caralho! Foi o que eu gritei por dentro.