27 de dezembro de 2008
O que eu me dou de presente de natal?
Natal taí, quer dizer, já foi e eu, trabalhadora do Brasil, resolvi que preciso, devo, mereço me dar um presente. Mas o que?
a) Sanfona de Criança
Pontos positivos: eu sempre quis tocar sanfona, mas sanfona é caro. Já essa de criança não.
Pontos negativos: é difícil tocar, ainda que de criança.
b) Pandeiro de couro
Pontos positivos: eu sempre quis ter um pandeiro.
Pontos negativos: não é tão fácil de tocar como eu previa.
c) Plasma Ball
Ponto Positivo: É a coisa mais legal do planeta!
Ponto Negativo: Não tem lá muito utilidade.
d) Nenhuma das alternativas anteriores. Guarde seu dinheiro para uma coisa útil.
16 de dezembro de 2008
12 de dezembro de 2008
Seja um cliente legal. Curso avançado em 5 lições
Eu fico de
Eu sei que você aí almoça fora, janta fora ou toma ao menos um café na padaria, portanto, atenção nas dicas.
8 de dezembro de 2008
Sobre bebês mortos
Chocados? Muito mau gosto falar de bebes mortos? Não vão mais voltar nesse blog macabro? Gente, antes do meu avô nascer, minha bisavó perdeu outros cinco filhos. Minha avó também perdeu inúmeros irmãos. Para eles isso é normal. A vida é assim. Simples. Direta. Ou é, ou não é e bola pra frente. Acho bonita a forma deles de encarar o mundo, sabe? Sem meias palavras. Fora que umbigo é tão blog, né? E um umbigo que vai acabar? Blogs estão sempre prontos para acabar. Na verdade, tudo está sempre pronto para acabar, para morrer, até quem acabou de nascer.
7 de dezembro de 2008
Sobre auto-ajuda
3 de dezembro de 2008
Sobre homens e balacobaco
29 de novembro de 2008
Você no meu Google Analytics
- a uva roxa tira a vontade de vomitar
- o que fazer para afundar o umbigo do meu filho
- como humilhar uma pessoa em cinco dias
- dançando na chuva de papai noel
- foto umbigo homem com hernia
- umbigo embolorado
- patentear o milho roxo
16 de novembro de 2008
10 de novembro de 2008
Sobre carências
Agora eu tenho um amigo mudo. Ele me liga de um número inibido e não fala nada. Eu deixo o telefone ligado, e ele fica lá, ouvindo, ouvindo, volto depois de meia hora e ele ainda está lá, tadinho. Carente o menino. Ou a menina.
Hoje meu telefone tocou e logo vi que não era da minha agenda. É o Mudinho, pensei, mas eu atendi e falaram comigo.
-Marcela.
-Oi, Marcela. Aqui é o Eduardo. Você deixou seu telefone agora na internet?
- Mas você não estava na internet agora?
-Não.( Milagrosamente eu não estava mesmo)
-Onde você está? Em Varginha?
-Não, em Poços de Caldas.
-Ah, ok. Foi um engano então, desculpe.
- Eu não deixei meu telefone na internet.
-Ah, desculpe então.
Conclusões dessa história bizarra:
2º- Tem gente carente e desesperada no mundo. Mais do que eu, mais do que você, mais do que o Mudo. Basta uma promessinha de prazer e pronto. Não é a toa que perdem rins por aí.
8 de novembro de 2008
Sobre quintais e amoras
Ontem eu fui e foi bom. Notei que as mudas de hortelã que eu plantei finalmente pegaram, que meu pé de melissa cresceu bastante e que infelizmente passou o tempo das amoras. Fiquei triste porque eu mal tive tempo de comê-las.
Opa! Não tive tempo de comer amora? Como assim? Eu passei horas no msn, no twitter, no orkut, assisti tv e não tive tempo de comer amoras?
Claro que eu tive. Assim como eu tive tempo para ver meu amigos, ver meus avós, de tomar um banho demorado, de ler um bom livro, o que for, mas não o fiz. Então assumo minhas escolhas, certas ou erradas, e digo " eu não fiz porque não quis"? Claro que não. Eu prefiro por a culpa na vida, no tempo, no trabalho, no sistema, na minha mãe, ou seja lá em quem for conveniente.
* foto: Gato Frank Sinatra, que sempre vai ao quintal.
7 de novembro de 2008
Qual seu maior sonho?
4 de novembro de 2008
A Sete Chaves
Todo mundo gostava de alguém, o colega de sala ou o menino da rua, e assim, sem entender nada sobre amor e sobre relacionamento íamos seguindo.
Era um segredo guardado a sete chaves. Contávamos no máximo para nossa melhor amiga e, ainda assim, após juras que envolviam nomes divinos e nossas mães mortas atrás da porta.
Depois de alguns anos chegou a brincadeira do beijo e começamos a colocar nosso afeto em prática, mas não, não era o fim dos segredinhos. As brincadeiras de pêra-uva-maça-salada-mista geralmente aconteciam nos fim das festas ou garagens dos prédios, com poucos participantes, ou melhor, poucas testemunhas. No outro dia rolava a fofoca de quem beijou quem, se foi de língua ou não e quantos minutos durou.
Com a bagagem de algumas saladas mistas, o beijo começou a não ser mais motivo de fofoca, agora todo mundo “ficava” e era na frente de todo mundo mesmo, nos shows, nas festas, na porta da escola. Mais tarde alguns ficantes começaram a namorar. Pronto, começou o boato que aqueles dois haviam feito sexo. Sério? A Ana não é mais virgem? Não sei, ninguém sabe. Mas imagina se os pais descobrem? E os pais descobriam, alias, todo mundo descobria, afinal estava todo mundo transando.
Com namoros somados, e algumas (loucas) até casamentos, conversamos sobre sexo como quem fala do preço da laranja. Falamos livremente sobre a primeira vez, posição favorita, número de parceiros, sobre a freqüência (ou a falta dela), o que leva nos leva a acreditar que não temos mais o que esconder, mas quem disse?
Basta perguntar sobre gostamos para surgir uma máquina do tempo que nos leva diretamente para primeira série, porque sim, apesar de ficar com aquele, ou ter feito sexo com aquele outro, acontece de gostar de um terceiro e não gostamos de sair por aí assumindo esses sentimentos. E não, não há caipirinha de kiwi que nos leve a dizer se já esquecemos, se amamos ou não, ou o que escrevemos naquele e-mail, não sem antes jurar pela mãe morta atrás da porta.
1 de novembro de 2008
O Santo das Causas Impossíveis
Eu queria acreditar em Deus, santos e promessas, mas não consigo. Foi o que eu disse para a moça que me aconselhou a fazer um pedido para São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. Ela insistiu, que mal faria? Resolvi tentar, mas o que eu poderia prometer? O que São Judas, lá do alto de sua nuvem, acharia realmente esforçado para mim? Não comer chocolate, sorvete ou carnes? Ir pelo estômago é muito clichê, pensei. Nem ele deve agüentar mais essas promessas de mulherzinha.
Cogitei em não entrar mais na internet, o que seria realmente difícil para mim, mas não sei qual o pé de modernidade de São Judas. Talvez ele não considere uma promessa legítima. O que São Judas entende de orkut, blogs, msn. blip, twitter e etcs? Vai me dizer que ele tem perfil no facebook? Se sim, talvez seja mais interessante mandar um e-mail. Ahn?
Ela me aconselhou a entregar uma cesta básica por mês. Achei interessante. Não sairia muito caro, não seria cansativo como subir uma escadaria de joelhos, e ainda tem apelo emocional. Dá certo em programas de TV, talvez dê certo para mim.
Contei pra ela que não cumpri uma promessa uma vez. Será que tem problema?
Eu estava na sexta série e meu pai disse me daria uma moto Jog se eu não pegasse nenhuma recuperação. Eu sabia que a probabilidade era pequena, pois estava mal em inglês, então resolvi fazer uma promessa para São Longuinho. Se eu não pegasse recuperação, daria 500 pulinhos.
Deu certo, eu não peguei recuperação, mas... também não ganhei a Jog. Nada mais justo que não dar os 500 pulinhos, certo? Errado. São Longuinho ficou puto. Tão puto que espalhou minha fama de má pagadora por todo o reino das divindades, de forma que meus pedidos nunca mais foram atendidos. Acho que São Longuinho é uma espécie de serasa do céu. Não há São Jorge que me salve, muito menos Santo Antônio, que resolveu tomar todas as dores do Longuinho e ferrar minha vida amorosa pra todo sempre. O jeito é torcer para que São Judas não faça parte dessa patota e me ajude, afinal, são doze cestas básicas, certo São Judas?
30 de outubro de 2008
Mudando de Mala e Cúia
Caros amigos, inimigos e pessoas que caíram aqui por acidente: é com muito prazer que inauguro minha mais nova menina dos olhos, meu mais novo passatempo, meu novo blog, o Umbigo Roxo.
Muita gente andou me perguntando sobre a mudança, então resolvi fazer esse post-explicação. Ok, só 3 pessoas perguntaram, mas vamos lá:
- O Alinhadamente Anormal era do antigo blogger, feito em uma conta de e-mail da globo.com que não existe mais, então eu morria de medo que ele um dia simplesmente desaparecesse.
Fora que esse antigo blogger parou no tempo e era muito chato mexer nele. Qualquer alteração tinha que ser feito em html e eu não tenho mais estabilidade emocional para isso.
- Eu detestava o nome e o visual do meu blog. Fora o endereço, aablog, que eu fiz quando não tinha entendido ainda o que era um blog.
- Sim, eu fiz questão de passar para cá todos os textos do aablog, mesmo sabendo que as pessoas só lêem o último post. Por quê? Puro apego barato. De qualquer forma foi divertido reler textos que eu nem lembrava e, por exemplo, notar que eu não sabia acentuar. Alguns textos eu arrumei, outros não, porque eu acho que tinha um q de ingenuidade, tinha lá a sua beleza, sabe? Ah, tá bom vai, fiquei com preguiça.
- Perguntaram muito também ( 2 pessoas) se eu vou escrever com mais assiduidade por aqui. Bom, a minha realidade costuma ser bem mais preguiçosa que a minha fantasia, mas pelo menos a minha intenção é escrever uma vez por semana ou mais.
Por favor, atualizem seus links e até logo mais!
Sobre banheiros - Terça-feira, Setembro 30, 2008
Djobi, Djoba! - Quarta-feira, Setembro 17, 2008
http://www.youtube.com/watch?v=hVb5araL39k
Agora me diz, que tipo de pessoa tem essa música como preferida? E pior, assume assim, sem o menor receio. É mais ou menos como confessar que gosta de ouvir Lulu Santos, ou de assistir Lagoa Azul. Pra mim só bêbada na mesa do bar, ou a base de tortura. Mas o Dú, bem...ele abriu um blog, aos poucos você vai descobrir.
Blog do Dú: http://comportamento-geral.blogspot.com
Aniversário Analógico - Sexta-feira, Agosto 29, 2008
Mulherada muito louca com doce na boca - Sábado, Julho 26, 2008
Sobre a tão falada Virada - Terça-feira, Abril 29, 2008
Falando em cabeludos, a Gal cortou o cabelo para a Virada. Deve ter perdido uns 3 kilos na poda. Talvez a Bethânia se anime a cortar o dela também. E não sei se foi uma síndrome de Sansão, mas a Gal me pareceu meio sem forças, ficou paradinha no palco. Eu devia ter seguido seu exemplo, mas não, fiquei sassaricando. Doze horas depois eu não agüentava mais nada, pois assim como a baiana, eu estou velha e gorda. Meus pés se revoltaram contra mim e juraram que se eu não fosse embora, eles jamais entrariam em contato com o solo novamente. Tive que ceder e acabei perdendo os shows que eu realmente queria ver.
Assisti ainda Mutantes, ou melhor, apenas ouvi, porque estava muito lotado, e o Zé Celso, a Dercy Gonçalvez masculina, mas esse bem de perto, da segunda fila. Os Mutantes erraram quase todas as letras de suas próprias músicas, mas o show tinha um clima gostoso. Quanto ao diretor de teatro, o jornal de hoje dizia “Zé Celso toca Noel Rosa na virada”. Esqueceram de colocar a palavra sofrível na frase, mas tudo bem, as pessoas só estavam lá por ele, ficariam igualmente felizes se ele só falasse palavrões e fosse embora. Achei babaca, mas é sempre tocante ver pessoas adultas emocionadas, mesmo que por um velhinho falando pau e cu.
Resumindo, os shows que eu assisti estavam mais para Virada Cultural do Retiro dos Artistas, mas foi muito bom ainda assim. Para o ano que vem eu prometo voltar a malhar para agüentar andar mais, levar um penico, e carregar meu dinheiro na meia, pois na hora de voltar pra Minas eu descobri que o banco bloqueou meu cartão e eu precisei pegar dinheiro com a mãe do meu amigo Kenan, caso contrário eu teria que virar pedinte de metrô ou apelar para aquele quadro do Gugu, o “De volta pra minha terra”.
"Eles já viveram tudo e sabem que a vida é bela" - Sábado, Abril 05, 2008
Tempo Tempo Tempo Tempo - Sábado, Fevereiro 23, 2008
Diálogo com Eduardo - Quarta-feira, Janeiro 30, 2008
- O blog do menino que estou conversando.
- Vou ver.
-Ah, tenho uma queda por homens que escrevem bem.
-Você gosta de homens inteligentes, então jamais se esqueça que homens inteligentes gostam de mulheres burras.
(E então Marcela pensa nesse momento: Doutor, uma lobotomia, por favor.)
27 de outubro de 2008
Second Life, por uma vida mais feliz - Sábado, Janeiro 26, 2008
Você deve ter ouvido falar, um tal de Second Life. Sabe? Não, não é reencarnação. É uma vida virtual, um misto de jogo e bate papo. Nem é algo do momento, mas eu sou lerda, estou falando sobre o assunto com uns dois anos de atraso. É que as tecnologias demoram para entrar na minha vida. Só ano passado entrei no mundo das fotos digitais, só esse ano comprei um tocador de músicas digitas, e só agora estou falando da vida digital.
Se eu baixo filmes pela internet? Sem chances. Vou à velha e boa locadora. Tem dias que alugo um vhs. É, ainda tenho um vídeo cassete, sabe como é, eu me apego as coisas, mas a última fita que aluguei estava toda embolorada, e eu pedi a Deus que abençoasse a alma daquele que inventou o dvd. Às vezes precisamos dar o braço a torcer. No Second Life não deve ter vhs, dizem que tudo é perfeito lá, não há espaço para bolor, cabeçotes e afins. Se bem que disseram que o U2 fez um show lá. Como? Não me pergunte, mas é uma prova que não é tudo tão perfeito assim.
Uma tal japonesa vendeu suas coisas na vida real e aplicou no jogo. No começo todos pensavam que ela estava louca, mas hoje ela está rica. No jogo. E existem empresas que compraram ilhas, e só quem tem dinheiro - o virtual, é claro - pode entrar. Uma espécie de Ilha de Caras do mundo moderno, mas sem os fotógrafos, o que convenhamos, perde 95% da graça para quem está lá. Que sentido tem ter dinheiro, se não podemos sair nas capas de revista segurando uma taça de vinho na banheira de hidromassagem?
Pra mim o mais interessante é que podemos inventar o nosso próprio eu, no caso os avatars. É o fim dos livros de auto-ajuda. Cansou da sua cara feia e amassada? Crie um avatar com os traços e algo mais de Angelina Jolie e faça sucesso entre os rapazes. Quer parecer forte e sarado? Que malhação que nada! Basta caprichar no seu avatar e ganhar todas as gatinhas de plantão. Cansou dessa vida de mulher em um mundo comandando pelos homens? Vire um deles, ora essa, e saia por aí, ou melhor, por lá, sem camisa e urinando nos postes. Ah, deve ser divertido, vai? Tudo bem, talvez só por um dois dias.
Pena que no mundo virtual eu não vou poder realizar meu sonho de virar um homem por um dia, comer todo mundo e não ligar pra ninguém no dia seguinte, afinal, não tem o comando sexo no Second Life, ou será que tem? Tem o botão voar, que eu sei, e se você analisar bem, pode ser bem mais interessante. Em suma, está bem mais fácil viver nos dias de hoje.
Conversa de Bar - Domingo, Janeiro 20, 2008
Sobre Caipirinhas e Patentes - Terça-feira, Janeiro 08, 2008
- Jura que essa porra é melhor que lacto purga?
" Depois que eu comecei a tomar capirinha de Yakult, eu consigo até...vocês sabem. Hehe."
Sonhos de Natal - Domingo, Dezembro 30, 2007
O que falta na minha família é um alcoólatra. Chega desse bom mocismo. Natal com conversas em tom amigável, comida gostosa, presentes e cada um pra sua casa. Precisamos de alguém para rolar na mesa, derrubar o peru, fazer a criança chorar. Talvez um alcoólatra com uma esposa dramática, que grite, o pegue pelos cabelos e o arraste até a saída, sob o olhar assustado dos demais. Todos se perguntariam como ela agüenta, e as crianças, pobrezinhas? Teríamos assunto para o resto da noite e para o almoço do dia 25.
Não, sem esse papo que não sei como é triste essa doença. Realmente não sei, mas sei como são chatas as festas com pessoas sóbrias e não as desejo a ninguém. Algumas boas doses a mais são indispensáveis e meu parente alcoólatra saberia dessa lição como ninguém.
E as piadas? Seriam tão melhores. Imagine só, no lugar de piadas com preconceitos disfarçados, teríamos piadas explicitamente incorretas, com os nomes certos dos sexos no lugar dos tananãs e na frente das crianças. Sem essa de passar o dedo pela pele, fale preto, fale criolo. Fale de uma vez que você odeia pobre, odeia viado. Meu parente alcoólatra falaria, assumiria tudo de pobre que há dentro dele com a desculpa da bebida, e todos fingiriam espanto.
Talvez ele nadasse pelado. Talvez gritasse que a casa é dele, e ele faz o que quiser. As mães tapariam os olhos das filhas. Os adolescentes dariam risada e se perguntariam qual mais ele aprontaria. Joga a tia na piscina! Eu estaria no coro. Vai desfazer a chapinha! Pessoas ceiando molhadas e de cabelo bagunçado.
E você? E você que é um vagabundo? E você que deu o golpe do baú? E você que teve um caso com a secretária? Chifruda! Sovina! Você roubou o próprio pai! Sim, ofensas no lugar de doenças alheias. Terminaríamos a noite brigados para fazer as pazes no dia seguinte, ou talvez no reveillon. Não, só no próximo natal. Ou nunca mais! Mentira. Todos se perdoariam, foi a bebida, foi o parente alcoólatra, mas ele não tem culpa, é uma doença, pobrezinho.
Eu, eu e o reveillon - Domingo, Dezembro 23, 2007
Começa você, me pergunta, por que você odeia tanto o reveillon, uma data bonita, festiva, cheia de fogos de artifício, de vida, de esperança, você perdeu a esperança? Não, não é essa a questão. Eu gosto de fazer metas até. Sempre coloco um emprego decente lá, é um dos primeiros tópicos. Sim, sexo também, mas depois. E friso o detalhe, sexo de qualidade. É, tem razão, estou pedindo muito em uma lista só. Vou riscar e colocar paz no oriente médio.
Gosto das lentilhas e das romãs, sim, romãs, não têm gosto, mas tirar gominho por gominho é meio terapêutico. É, parece loucura, eu sei, mas gosto. Só não guardo na carteira, acho besteira, e até esses dias eu nem tinha uma carteira. Você viu? Gostou? Super barato, me sinto madura novamente agora que voltei a ter uma carteira, mesmo que ela pareça de uma menina de 10 anos. Roubaram a outra, lembra?
Acho que o problema é a vontade que seja o melhor dia do ano, isso faz com que ele seja o pior, se eu esperasse apenas um dia comum talvez me sentisse feliz comendo lentilha e bebendo champagne de 2 reais, mas eu estrago tudo, sempre. Eu me frustro em não estar em Copacabana, ou em um cruzeiro, ou até mesmo em uma festa que não terminasse alguns segundos depois da virada.
Copacabana brega? Ah, eu gosto, acho saudosista, não sei, eu me sinto bem lá. É, fui algumas vezes, mas nunca no reveillon. Teve um ano que algumas pessoas se queimaram, nesse ano eu não invejei as pessoas que estavam lá. Ah é, teve o ano do arrastão. Quando choveu também não, né? De chuva basta aqui nesse fim de mundo. O ano do ônibus queimado não foi legal também.
Mas e um cruzeiro? Cruzeiro é bacana. É, o Batomuche realmente não, mas pelo menos foi um reveillon agitado para quem estava lá. Sim, foi maldade, desculpe. Eu me lembro do plantão da Globo falando do acidente. Será que é a minha imaginação? Provável. Já contei que me lembro de quando eu ainda nem andava? Dizem que é impossível.
Um porre? E se eu vomitar? Passar o reveillon vomitando não deve ser divertido. É, o melhor seria tomar um tranqüilizante e dormir a noite toda. Já, já tentei, sem tranqüilizante. Se eu tivesse uma receita médica, mas nem isso. Não, senhor farmacêutico, não tenho uma receita, mas tenha piedade, sou uma pessoa que não consegue ser feliz no reveillon.
E tem festas no bairro todo, não dá pra dormir. Uma vez eu pensei em me infiltrar em uma dessas festas e descobrir se as pessoas estão realmente se divertindo ou se é fingimento. Também pensei em entrar e matar todo mundo. Inveja, o juiz me absolveria. Talvez um juiz que também não gostasse de reveillon.
Para de cantar essa música, depois não sai mais da cabeça. Ah, sabe o trecho final? Saúde pra dar e vender? Eu ficava imaginando as pessoas vendendo sua saúde. Quem dá mais, quem dá mais? Sabe? Ou ainda, toma minha saúde de graça pra você, vou ter uma pancreatite depois, mas pode levar, nossa amizade é mais valiosa. Tem certeza que quer me dar a sua? Não quero me sentir culpada por uma hérnia de disco, ou uma meningite, hein?
Adoro esse globo. Será que no Sirilanka se comemora reveillon? E na costa leste do mar Báltico? E na baía Prudhoe, no Alaska? E se eu colocar no google qualquer ilha do mundo que não se comemora reveillon, será que aparece?
O dia mais estranho da minha vida ( um post grande, porém verídico) - Segunda-feira, Novembro 26, 2007
Começo a sentir fome. Não parece uma boa idéia viajar todo esse tempo com fome. E se comprasse um lanche na padaria a dois quarteirões do ponto de ônibus? Vai sim, dá tempo. Ele ainda vai demorar pra passar, diz uma moça se enfiando na conversa. Por que eu dou ouvidos para outras pessoas? E pior, por que eu dou ouvidos para pessoas que eu nunca vi na vida? Perco ônibus. Mas tudo bem, o enroladinho de frios está ótimo.
Pego o ônibus seguinte. Abro minha latinha de suco. Faz aquele barulho gostoso. Outro barulho gostoso. A vizinha de poltrona abriu uma lata também, mas é de cerveja. A vizinha puxa algum assunto, respondo, mas respondo de forma objetivas, sem prolongar. Não é todo dia que eu quero ser sociável, sabe? Ela insiste. Eu resisto, mas lembro da boa educação que minha mãe tentou me passar e dou a batalha por vencida. Agora já sei que ela nasceu em uma fazenda, mas casou e foi morar e cidade grande, que não se adaptou, que está cansada, que é professora, que faz cursos por correspondência, e que tem uma amiga com sobrenome Rosmaninho. Que? Rosmaninho? Jesus, que coincidência! Eu também.E estou indo passar uns dias na casa dela. Engraçado, ela me disse que só existe uma família com esse nome. Estranho, muito estranho. Nesse momento começo a achar que algo acontecerá.
Pode parecer estúpido, mas eu não acredito muito em coincidências. Eu acredito em sinais. É, é idiota, eu sei. Saio do ônibus com vontade de ir ao banheiro. Pago um real contrariada, pelo menos o direito de esvaziar a bexiga deveria ser garantido ao cidadão. Não acha? Bem, eu acho. Banheiro lotado, procuro uma cabine vazia. Olho para baixo, tento olhar pelo vão inferior qual delas não tem um par de pés, ou mais, e então eu o vejo. É um pé. Só um pé, sem resto, sem corpo, no máximo a canela magra, mas basta, é assustador o suficiente. Um pé branco, veias aparecendo, unhas crescidas e amareladas, pele ressecada. Um pé de velha. Um pé feio. O pé mais feio que eu já vi na minha vida. Uma cena de filme de terror. Saio apressada e pego a escada rolante.
Passado o susto, decido comer algo, algo barato. Vou até a praça de alimentação, mas no caminho algo me chama a atenção. Parece uma bolinha. Sim, é uma bolinha, uma bolinha de gude e está vindo na minha direção. Desvio e a bolinha passa, continua rolando, rolando, passa por todo o salão e eu a perco de vista. Some no meio de pés e bagagens. Olho para os lados, para frente, para trás, tento entender de onde ela veio. Alguma criança por perto? Ma loja de brinquedos? Nada, não tinha nada. E hoje em dia as crianças nem brincam mais de bolinha de gude. Estranho? Muito estranho. E contando com o sobrenome e o pé, já são três sinais.
Vejo uma barraquinha de cachorro quente, tem um anúncio de um cachorro quente por 2 reais, e vem duas salsichas. Tudo que eu pedi a Deus.
-Moço, quero um cachorro quente.
-Qual?
-O do cartaz.
-Ah, o do cartaz?
O moço faz uma cara feia, de desapontado. Abre a portinha do balcão, sai, pega o cartaz, enrola, enrola, e enrola. Enrola de forma demorada, não sei se por cautela ou pra me irritar. Volta, guarda o cartaz, e só então começa a preparar o meu pedido.
Reconheço o atendimeto incomum como o quarto sinal e começo a pensar em desgraça próxima. Talvez um meteoro atinja a terra. Não, menos. Talvez a morte do Roberto Carlos. O jogador não, o Rei. Verdadeira comoção nacional, plantão na Globo, matérias no jornal. Paro de pensar em desgraça e lembro de pedir mostarda.
Entro no metro. Um homem falando alto chama minha atenção. Ele grita com uma mulher, quer sentar em outro banco e não no que ela escolheu. É um homem baixo, moreno, bigode, regatas, e chinelo Rider. Fazia tempo que não via um chinelo Rider. Era um homem rude, abrutalhado, jeito grosseiro de sentar, falar, de ser. A mulher obedece e senta no fundo, onde eu também estava. Não me lembro da roupa, só do cabelo e da pele. O cabelo é muito seco, mal cuidado, arrebentado, mas ela sustenta a vaidade. Tentou prender os cachos, mas de tão arrebentado os fios só conseguia prender uma pequena porção na nuca, o resto ficava armado, solto, indicando o sentido oposto do couro cabeludo. E a pele? A pele por si só é um retrato fiel da alimentação precária. Não tem cor, não tem viço, nada. Ela senta e passa seu braço pelo corpo dele, reconfortada. Acho meigo.
Ele começa a falar que não quer mais esse tipo de relacionamento, que gosta de ser homem solto, sem mulher, sem compromisso, que é melhor ela seguir o caminho dela, seriam mais felizes. E então ela murchou. Se existia ali um resto, uma porcentagem mínima de vida, foi embora neste momento. A moça tira o braço, abaixa a cabeça, e ele diz algumas palavras que deviam ser para consolo, mas são cruéis. Ela chora em silêncio. Ele levanta seu rosto, diz que não é motivo para tanto, que ela ficará bem.
E eu fico lá, assistindo tudo, pensando naquela moça, na vida que ela teve, nos motivos que a levaram a acreditar que aquele homem era seu porto seguro. Fico imaginando o local onde eles estavam vivendo, no dia a dia, ele medíocre, mas ela se sentindo ainda mais medíocre que ele, e ele bem satisfeito no papel de pessoa superior, os dois totalmente alheios as suas reais condições de desgraça, e foi então que tudo ficou claro. Foi então que entendi. Os sinais finalmente se justificam, algo único aconteceu na minha vida, a mistura da realidade e da ficção. Será que estou louca ? Pisco forte. Pisco forte duas vezes. É verdade. É ela. Estou diante da verdadeira, da autêntica Macabéia.
Preguiça - Domingo, Maio 13, 2007
O mais difícil é a cidade em geral, as pessoas, a forma de pensar. As vezes me parece que as pessoas de Poços de Caldas tem um interesse mais que normal pela vida do próximo, e no começo eu me irritava em ter que responder tantas vezes que não, eu não estou trabalhando, que não, não casei (Aqui as pessoas ainda se casam. Se virgens eu não sei) , que não, eu estou namorando e não, não tem nenhum motivo especial pra isso.
Existe também uma grande preocupação com o parecer algo. Parecer rico, parecer feliz, parecer bem sucedido. Acho que é normal de cidade do interior, pois esses dias eu li uma revista de Guaxupé, e era um revista Caras versão rural. Mulheres de fazendeiros falando de como são felizes ao lado do maridos, dos filhos, e dos pés de café, enquanto tomam um chá com as amigas em sua mansão novela Rei do Gado.
Poços de Caldas também tem um jornal parecido com a revista de Guaxupé, um jornal que eu nunca levei a sério, mas descobri que as pessoas em geral levam. O jornal é um show de falta de senso, uma bizarrice sem fim. Eu leio e não sei se dou risada, se choro, se escrevo um e-mail reclamando ou se ignoro.
Só para exemplificar, em um dos exemplares que eu li tinha uma entrevista com a ex- mulher do presidente da Caldense, o clube daqui. A entrevista era um bate-bola, onde ela dizia do que gostava de fazer, livro favorito, essas coisas, e entre as perguntas as seguintes pérolas:
Obrigatório - Visitar meu cirurgião plástico uma vez ao mês.
Não pode faltar na geladeira - Gelo, para o meu whisky.
E para arrematar... Você por você: Uma pessoa simples, como vocês estão vendo.
Achei que terminaria por aí, mas virei a página, e tinha uma sessão de fotos com modelos mirins. Vários meninos e meninas com sobrenomes conhecidos de famílias ricas da cidade, e entre elas uma menina esquálida, com um vestido listrado. Na legenda o nome da garota, o sobrenome e a seguinte frase: no melhor estilo menina bem nascida. Pensei que estava escrito errado. Como assim? Menina bem nascida? É uma piada? Não, não era. Era sério. Ai, preguiça.
Por que te amava tanto? - Terça-feira, Dezembro 19, 2006
Por que te amava tanto?
Porque ficavamos muitos finais de semana trancados no quarto e nos bastavam apenas nós dois. Porque você acordava sorrindo e adorava as torradas que eu preparava.
Porque você chegava do trabalho e me acordava com beijos e paciência.
Porque você, às vezes, acordava e logo me abraçava. Porque você não ligava que eu fizesse ou não a barba todo dia.
Porque você era ciumenta, como eu.
Porque você dava chilique quando eu dizia que uma mulher era bonita ou sensual.
Porque brigava se eu olhasse para outra menina.
Porque sempre me esperava no aeroporto com uma carinha de felicidade.
Porque quando vinha comportava-se como uma meninha, encantada por estar aqui.
Porque você andava léguas para encontrar bolinho de bacalhau para mim.
Porque almoçava junto comigo num boteco qualquer da Paulista com a alegria de quem estivesse no Fazano.
Porque queria viver comigo, apesar de sua família.
Porque você um dia desejou ter filhos comigo.
Porque você fazia tudo que pudesse me agradar, mesmo que fosse algo de que não gostasse muito.
Porque você vigiava para que eu não esquecesse meus óculos.
Porque me ligava de madrugada, às vezes chorosa.
Porque se escondia no armário para me ligar.
Porque era tão parecida comigo em certas coisas e tão diferente em outras.
Porque deixava de brincar com sua gata, só pra não me deixar só.
Porque você suportava que eu corrigisse o seu inglês e sua gramática sem ficar ofendida.
Porque você era boa naquilo que fazia e sabia disto, sem achar que isso te levaria ao céu ou te livraria do inferno.
Porque você tinha tantos talentos e era tão humilde com relação a eles que eu só fui descobrir depois de mais de 2 anos juntos.
Porque podiamos falar de mitologia, filosofia, cinema, música, viagens, história ou apenas fofocar sobre astros de TV. P
orque você era quase sempre bem-humorada, gentil, educada e fofa.
Porque você tinha a boca mais delícia e macia e lindinha do mundo, mesmo quando dormia com ela aberta e roncava.
Porque você não era feminista nunca.
Porque às vezes eu era um grosso, e mesmo assim você nunca ficava horrorizada comigo.
Porque às vezes você me tratava como se eu fosse seu melhor amigo, sem nunca deixar de ser mulher.
Porque você nunca deixou de me achar gostoso , estivesse eu de cabelos aparados ou crescidos.
Porque você gostava quando eu ria pois achava que eu tinha um sorrisão aberto.
Porque você me achava inteligente mas não se sentia ameaçada de forma nenhuma.
Porque você sempre queria ouvir minha opinião.
Porque você deixava que eu decidisse se você iria comprar esta ou aquela coisa.
Porque até hoje ainda gostamos mais de conversar um com o outro mais do que com qualquer outra pessoa.
Porque nossas brigas eram de ciumes e de curta duração.
Porque quando eu olhava pra você consiguia ver a criança que você foi e a velha que iria se tornar, e amava as duas também.
Porque você tem olhos negros, lindos, e olhar tão doce.
Porque nunca ganhei na Mega Sena pois, provavelmente, a sorte tem que ser distribuída com alguma justiça entre as pessoas e eu já ganhei na loteria 1 vez. Faz tempo. Pra ser mais exato faz 6 anos.
O homem ideal - Quinta-feira, Novembro 09, 2006
A arte (ou a burrice) de não dizer o que sente - Sexta-feira, Setembro 29, 2006
Filha de peixe... - Segunda-feira, Agosto 07, 2006
Diálogo 1 com minha mãe:
-Acredita que eu fui passar o hidratante e passei desodorante no lugar?
-Mas mãe, quando tava passando não sentiu o perfume?
-Não, só estranhei quando os olhos começaram a arder.
Diálogo 02:
-Pinga colírio pra mim?
-Mãe, tem certeza que isso é um colírio? Tá estranho, tá azul e grosso.
-Ah, peguei lá no quarto do Rodrigo (meu irmão). É colírio sim, li na bula.
-Mãe, você é louca? Não pode pingar sem receita médica, vi na tv. Aumenta a pressão interna do olho, coisa e tal. Pode até cegar!
Nesse meio tempo meu irmão chega.
-Não, não é colírio. É remédio pro ouvido.
-Você não disse que leu na bula? -
Li, mas estava sem os óculos. De qualquer funcionou, não ta ardendo mais.
Silvio Santos e a Arte de Humilhar - Quarta-feira, Maio 03, 2006
Não satisfeito o Seu Silvio entrevista a pessoa depois, a lembra do vexame, e depois manda um "vai pra lá". É para acabar. Eu mudei de canal, fiquei com vergonha pelo velhinho que estava lá. Mas também o que esperar do cara que criou o Topa Tudo por Dinheiro? Tá, era engraçado e eu dava muita risada, mas era muita cretinice da parte dele jogar aviãozinho de dinheiro e deixar a mulherada se debatendo. Fora quando elas desciam em um escorregador segurando uma bandeja de sucos, iam fantasiadas de pé de alface, e voltavam para a cadeira "cantando e rodando".
Passadas algumas semanas do dia que eu assisti o Rei Majestade, resolvo mandar um currículo para o sbt. O canal é um lixo, mas eu preciso de um emprego. Mandei e logo no outro dia tinha uma mensagem na minha caixa postal de uma tal de Silene do SB pedindo para eu entrar em contato. Liguei, fiz figas, pedi pro meu santo e tudo mais. Uma entrevista, tudo que eu queria. Atende uma outra pessoa, tom de voz de pessoa de telemarketing, a tal Silene não estava mais lá, não podia ser com ela? Podia. Ela me diz que meu numero tava marcado como uma pessoa que participou de um dos programas do sbt. Ué, mas eu nunca participei de nada. Pera lá, a conversa não era sobre o currículo que eu mandei? Não. Era para eu participar do Roda- Roda. Fiquei puta, mas a mocinha me lembrou que eu poderia ganhar uma casa, um carro e muito dinheiro. Interessante, mas o viraria motivo de chacota entre os amigos. Ah,que se danem os amigos, eu iria. ¿Senhora, para isso é preciso comprar o carnê baú da felicidade e esperar que seja sorteada. Ahn? Carnê? Usaram do meu desespero por um emprego como estratégia de marketing. Da para acreditar? Nunca me senti tão perto das tias da caravana da Vila Sônia.
Sobre o Carnaval - Quinta-feira, Março 02, 2006
Últimas Notícias - Domingo, Dezembro 25, 2005
Descobri também que meu instinto materno não funciona como os das outras mulheres. A grande maioria não gosta nem de pensar na idéia de ter filhos, mas como o aumento da idade desperta o tal relógio e elas ficam doidas, loucas para engravidar, ter uma prole pra alimentar, limpar, educar, etc... Já eu não: eu sempre quis ter um filho, desde quando eu nasci. Já tinha escolhido os nomes, coisa e tal, sempre parava na frente de lojas de artigos de bebês, tinha tudo planejado em mente, escola, quantos seriam, tudo, mas agora mudou, ando com birra de crianças. Nunca na vida elas me irritaram tanto. Céus, como são barulhentas! Acho que tem a ver com a minha mudança de apartamento. Na frente tem um menino e uma menina, que diariamente jogam coisas no meu quintal( na verdade uma lavanderia sem cobertura, mas eu prefiro pensar que é um quintal, e espaçoso.). Cada dia uma surpresa nova, bolacha, chiclete, bisnaguinha, e por ai vai.
No apartamento do lado deles moram duas velhas que devem ter uns 15 netos, bisnetos e tataranetos, e sempre tem algum chorando no corredor. Já no apartamento ao lado do meu mora um garoto de uns 10 anos, e de uns dias pra cá resolveu treinar ping-pong. Adivinhem onde? Sim, na parede que divide o meu apartamento com o dele.
Eu tenho medo de especialistas em micro-biologia - Segunda-feira, Outubro 24, 2005
Eu não sei todos são desempregados como eu e podem ter o luxo de assistir toda a programação do período da tarde, mas quem pode deve ter constatado a nova mania de bactérias que ronda a programação brasileira de televisão. Quase todo dia vem um especialista em micro-biologia ensinar as donas de casa a deixar a casa livre dessas terriveis inimigas, que estão na escova de dente, na esponja de pia, no teclado do computador, enfim, em tudo. Quando eu era criança eu aprendi que devemos tomar banho, cortar as unhas, lavar as mãos depois de ir no banheiro, lavar bem os alimentos, beber água tratada, essas regrinhas básicas da higiene que bastariam para ter uma vida saudavel, mas não, hoje em dia dizem que isso é pouco, muito pouco.
Uma dessas bactérias presentes da pia da cozinha podem entrar em contato com a nossa corrente sanguínea, causar infinitas doenças, e pasmen, até levar a pessoa ao óbito. Sim, o especialista disso isso. Assustador, não? Por isso devemos trocar a esponja de pia todo dia, devemos lavar a táboa de carne com vinagre, isso se não tiver nenhuma fissura, por que senão deve ser eliminada. E o lixo então? Não vou nem comentar, mas o cuidado é tanto que parece que temos lixo radioativo em casa. Comer fora? Nem pensar. Os riscos são tantos que talvez você não consigia sobreviver até a hora de pagar a conta.
Fico pensando em como deve ser a vida dessas pessoas que dão as tais aulas na tv. Será que eles seguem as regras? Será que da pra viver assim? Acho que esses caras tem TOC, acho que devem ficar 6 horas no banho, esterelizam os pratos a cada uma hora, examinam copo por copo antes de dormir e não satifeitos querem dissiminar sua loucura por ai. Eu tenho medo desses caras, tenho medo que eles mandem me prender caso descubram que as vezes a pipoca cai no chao de casa e eu pego e como, que eu como cachorro-quente de carrinho, ou que eu não passo as minhas meias.