25 de março de 2009

11 de março de 2009

Sou feia, mas tô na moda



Eu estava andando em um dia de chuva quando a ouvi  miar. Estava tão desesperada que não deu pra fingir que não ouvia. Antes que a enxergasse totalmente, pensei: ah, fácil, levo para casa e depois até um pet shop para doar, mas quando ela apareceu com seu corpinho magricelo, percebi que não seria fácil assim. Tinha pelagem em escamas, dessas que misturam preto, amarelo e branco, mas tudo de uma vez, meio punk, meio hippie, meio diferente, sabe? Diferente de uma forma que as pessoas não gostam. Se ainda tivesse olhos azuis...mas assim, assim vai ser difícil.
Enrolei a moça em um pano de prato cedido gentilmente e levei para casa. Pensei em chama-la provisoriamente de Toneca, porque ela foi achada na rua Toneco, ou de Marcolina, em homenagem ao fornecedor do pano de prato, mas meu irmão a apelidou de Lacraia, disse que fazia jus a sua beleza e estado físico. É claro que as outras pessoas da casa preferiram a sugestão do meu irmão.
Resultado de tudo isso: duas semanas, duas feirinhas de doação, anúncios, e ela ainda está aqui, toda saltitante, tomando conta das cadeiras e dos sofás, me seguindo como uma sombra, e sabe, a gente nem acha mais ela tão feinha assim.








9 de março de 2009

Tente, invente, faça um omelete diferente



Minha mãe tem as mesmas panelas de quando se casou. Sempre que vamos até as Lojas Pernambucanas ela fica namorando novos conjuntos, mas nunca leva. Ela também dorme na mesma velha cama de madeira com um design estranho e que ela jura todo ano que vai trocar e nunca troca, mas isso não vem ao caso. O que interessa no momento é que nossas panelas são velhas. Algumas sem o cabo, outras com tapas perdidas, todas velhas. Ou quase todas.
Um dia eu fui com meus amigos Carol e Emerson ao supermercado e, entre um produto e outro, Carol coloca uma frigideira no carrinho de compras. Pra quê? Ah, o teflon da outra arranhou, agora fica grudando. O teflon arranhou? As minhas nem sequer tiveram teflon um dia. Que supérfluo, pensei, ainda com resquícios da era Collor na minha alma.
Mais tarde me ofereci para fazer um prato na nova frigideira e meu deus, o ovo mexido cozinhava todo e não grudava, nem precisava colocar dois ovos para compensar a perda. Fiquei calculando quantos ovos eu perdi ao longo da minha vida de panela velha.
Cheguei em casa e tive uma conversa franca com a minha mãe, nós precisávamos de panelas com revestimento antiaderente. Aquilo sim que era vida. Adeus, Bombril. Adeus, esmaltes lascados. Adeus, panelas de molho. Precisávamos abrir os olhos para o futuro, para a modernidade, e aquele discurso todo. Minha mãe para minha surpresa concordou e no dia seguinte trouxe um conjunto de três frigideiras antiaderente. Prometeu  que voltaria outro dia para comprar o resto do conjunto, o que nunca fez, de forma que as panelas em geral continuam velhas, mas tudo bem, pelo menos meus ovos mexidos estão salvos.
E por que eu estou falando isso? Por que hoje eu fiz um macarrão alho e óleo na minha frigideira com teflon e ele ficou perfeito. Não grudou, não queimou o alho, nada. Perfeito.
E o que eu quero dizer com essa conversa toda? Que panela velha não faz comida boa, ou ainda, que as panelas velhas que me desculpem, mas teflon é fundamental, mas se você quiser entender como uma metáfora, por mim tudo bem.



8 de março de 2009

Curtíssima



Já tem mexerica para vender no supermercado!

O que mais uma pessoa precisa para ser feliz?