25 de maio de 2009

Oh bom Deus, por que me castigas assim?

Sempre leio por aí que as mulheres hoje em dia se sentem impotentes diante das responsabilidades da vida moderna. Trabalho, filhos, casa, marido, tudo tem que ser perfeito, não conseguem, obviamente, e enlouquecem. Eu não sofro desse mal. Talvez porque eu nunca tenha sido realmente boa ou competente em algo. Eu não ligo de não conseguir fazer as coisas que eu preciso, de não ter tempo de fazer tudo, mesmo por que eu tenho tempo de fazer tudo, só não faço por preguiça e conveniência mesmo, assumo. Claro que eu posso trabalhar, estudar e ir na academia. Só que eu não quero. Eu quero chegar em casa e ficar passando por todos os canais da tv, quero olhar álbum de pessoas estranhas no orkut, quero ler frases de gente que eu não conheço no twitter. Sim, eu sou muito a toa e gosto disso.
Ah, então você não se chateia nunca? Não tem remorso? Não tem culpa? Não tem desejos oprimidos? Sim, eu tenho. Eu quero um monte de coisa, como todos, mas tem sim algo em especial que me irrita, que me magoa, que faz com que eu me sinta um nada no mundo: não ter uma máquina fotográfica quando eu preciso.
O que adianta ter uma máquina fotográfica se ela sempre está em casa quando as coisas do mundo acontecem? Eu vejo coisas incríveis por ai, quero registrar, e nada, Aqueles insetos, aqueles filhotinhos de coruja, aquele casal que eu vi se abraçando na avenida.Tão bonito, tão marcante, e eu não vou me lembrar daqui um tempo.
Seguindo essa linha de azar e revolta com o mundo, esses dias eu estava na Festa de São Benedito, uma quermesse anual que tem aqui na minha cidade, quando chegou o pessoal da folia de reis e os Caiapós. Eu sempre quis fotografar esse evento, mas nunca consigo. Planejo, planejo e nada. Sempre estou viajando no dia, ou trabalhando. Esse ano eu estava lá, mas sem a máquina.
De consolo tinha o celular, com sua baixa definição e cores feias. Tirei uma em preto e branco, só pra não passar...“em branco”, mas nem de perto faz juz a beleza do evento, com tantas cores, tantos sorrisos, e assim sigo frustrada, mais um ano.



22 de maio de 2009

Sobre relacionamentos e úteros eletrônicos

Lição número 01: Nunca fale de filhos com seu pretendente, salvo se você quiser que ele suma.

Ex: “Olha esse site que legal. Coloco a minha foto, a sua, e projeta como seria um bebê nosso. Eu fazia com as fotos do Chico Buarque, hoje fiz com as suas.”

Lição número 02: Nunca critique uma mulher, salvo se você quiser que ela suma.

Ex:

Ele: Ai, saiu com sua boca murcha.

Ela: Eu não tenho boca murcha!

Ele: Não dá pra melhorar?

Ela: Melhorar? Depois do parto você viraria pro obstetra e perguntaria se dá pra melhorar?


Abaixo nossa longa família de mentirinha.


Francisco ( e não Marcelo)

Catarina (e não Maria Luiza)

Cícero (e não Pedro)

Davi



4 de maio de 2009

Sobre cabelos ( de novo)


Cabeleireiro é a profissão mais livre do mundo. Quer ir contra tudo e todos? Nada de fazer colar de miçanga para vender na praia, nada de sanduíche natural, filmes, música, nada disso. Seja cabeleireiro. Você não precisa escutar ninguém, nem sua mãe, nem o papa, nem seu próprio cliente. Se você não teme perder aquele que alimenta seus filhos, quem mais você vai temer? Nem gripe suína pode te abalar.
Alguma vez você foi ao dentista fazer uma limpeza e voltou com os dentes encapados de ouro igual um cigano? Conhece alguém que foi corrigir uma orelha de abano no cirurgião plástico e voltou com o sexo trocado? Eu não. Muito menos comprei uma calça jeans e levei pra casa uma meia arrastão. O comerciante teria que dar explicações pro PROCON, o médico ao conselho de medicina e por aí vai, mas o cabeleireiro não. Você vai, pede um corte, ele faz outra coisa totalmente diferente, acaba com seu cabelo e você faz o que? Chora?
Onde é o conselho regional dos cabeleireiros? Onde é setor de cortes mal feitos? E como eu provo que eu pedi “apenas tire um pouco de volume e mantenha o tamanho” e não um “picote ele inteiro de forma que eu fique escrava da escova se não quiser ficar parecendo um leão”.
O máximo que o cabeleireiro faz é perguntar se você gostou. Não, não gostei. E agora? Você vai colar fio por fio? Quem vai cobrir o prejuízo? Afinal, secador de cabelo gasta energia e gasta tempo. E o prejuízo emocional? Eu estava com vontade de deixar crescer esse ano, sabe? Sabe, mulher? Sim, por que os homens não entendem isso, só a gente, né? O máximo que o seu amigo vai dizer é que “cabelo cresce”. É verdade, cabelo cresce, mas demora e não adianta dizer que ficou bom, porque nessas horas nada consola.

p.s: foto meramente ilustrativa.