Sempre leio por aí que as mulheres hoje em dia se sentem impotentes diante das responsabilidades da vida moderna. Trabalho, filhos, casa, marido, tudo tem que ser perfeito, não conseguem, obviamente, e enlouquecem. Eu não sofro desse mal. Talvez porque eu nunca tenha sido realmente boa ou competente em algo. Eu não ligo de não conseguir fazer as coisas que eu preciso, de não ter tempo de fazer tudo, mesmo por que eu tenho tempo de fazer tudo, só não faço por preguiça e conveniência mesmo, assumo. Claro que eu posso trabalhar, estudar e ir na academia. Só que eu não quero. Eu quero chegar em casa e ficar passando por todos os canais da tv, quero olhar álbum de pessoas estranhas no orkut, quero ler frases de gente que eu não conheço no twitter. Sim, eu sou muito a toa e gosto disso.
Ah, então você não se chateia nunca? Não tem remorso? Não tem culpa? Não tem desejos oprimidos? Sim, eu tenho. Eu quero um monte de coisa, como todos, mas tem sim algo em especial que me irrita, que me magoa, que faz com que eu me sinta um nada no mundo: não ter uma máquina fotográfica quando eu preciso.
O que adianta ter uma máquina fotográfica se ela sempre está em casa quando as coisas do mundo acontecem? Eu vejo coisas incríveis por ai, quero registrar, e nada, Aqueles insetos, aqueles filhotinhos de coruja, aquele casal que eu vi se abraçando na avenida.Tão bonito, tão marcante, e eu não vou me lembrar daqui um tempo.
Seguindo essa linha de azar e revolta com o mundo, esses dias eu estava na Festa de São Benedito, uma quermesse anual que tem aqui na minha cidade, quando chegou o pessoal da folia de reis e os Caiapós. Eu sempre quis fotografar esse evento, mas nunca consigo. Planejo, planejo e nada. Sempre estou viajando no dia, ou trabalhando. Esse ano eu estava lá, mas sem a máquina.
De consolo tinha o celular, com sua baixa definição e cores feias. Tirei uma em preto e branco, só pra não passar...“em branco”, mas nem de perto faz juz a beleza do evento, com tantas cores, tantos sorrisos, e assim sigo frustrada, mais um ano.
Ah, então você não se chateia nunca? Não tem remorso? Não tem culpa? Não tem desejos oprimidos? Sim, eu tenho. Eu quero um monte de coisa, como todos, mas tem sim algo em especial que me irrita, que me magoa, que faz com que eu me sinta um nada no mundo: não ter uma máquina fotográfica quando eu preciso.
O que adianta ter uma máquina fotográfica se ela sempre está em casa quando as coisas do mundo acontecem? Eu vejo coisas incríveis por ai, quero registrar, e nada, Aqueles insetos, aqueles filhotinhos de coruja, aquele casal que eu vi se abraçando na avenida.Tão bonito, tão marcante, e eu não vou me lembrar daqui um tempo.
Seguindo essa linha de azar e revolta com o mundo, esses dias eu estava na Festa de São Benedito, uma quermesse anual que tem aqui na minha cidade, quando chegou o pessoal da folia de reis e os Caiapós. Eu sempre quis fotografar esse evento, mas nunca consigo. Planejo, planejo e nada. Sempre estou viajando no dia, ou trabalhando. Esse ano eu estava lá, mas sem a máquina.
De consolo tinha o celular, com sua baixa definição e cores feias. Tirei uma em preto e branco, só pra não passar...“em branco”, mas nem de perto faz juz a beleza do evento, com tantas cores, tantos sorrisos, e assim sigo frustrada, mais um ano.